Arranhe meu corpo
Arranque meu sangue com suas mãos
Nada doerá mais que essa solidão
Arranque de mim essa dor imensa
Me faça esquecer todo esse pesadelo
Passos largos me alcançam
Eu nunca mais poderei vê-lo
Para onde me levam?
Não me deixem morrer nesse calabouço
As paredes do meu quarto me cercam
Não mais te ouço
Meus ouvidos sangram
Meus olhos nada mais vêem
Minhas mãos não podem te sentir
Será mesmo que estás aqui?
Meu coração aos poucos pára
Meu corpo frio desfalece
É o paraíso ora me parece
Quero em campos verdes repousar
Voar, na grama brincar,
Como criança, sonhar
Voltar a sorrir e a amar...
Nada mais me parece tão belo como o nascer de um novo dia...
Fernanda Montanaro