segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Sublime Pardal

Arranhe meu corpo
Arranque meu sangue com suas mãos
Nada doerá mais que essa solidão

Arranque de mim essa dor imensa
Me faça esquecer todo esse pesadelo
Passos largos me alcançam
Eu nunca mais poderei vê-lo

Para onde me levam?
Não me deixem morrer nesse calabouço
As paredes do meu quarto me cercam
Não mais te ouço

Meus ouvidos sangram
Meus olhos nada mais vêem
Minhas mãos não podem te sentir
Será mesmo que estás aqui?

Meu coração aos poucos pára
Meu corpo frio desfalece
É o paraíso ora me parece
Quero em campos verdes repousar
Voar, na grama brincar,
Como criança, sonhar
Voltar a sorrir e a amar...
Nada mais me parece tão belo como o nascer de um novo dia...

Fernanda Montanaro

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Nas Ruas do Brasil

*Foi com essa poesia que ganhei, no ano 2000 quando estava na sétima série, o festival de poesia da escola, levem em consideração a minha idade, por favor, eu só tinha 13 anos, rsrs *


Nas ruas do Brasil

Nas ruas, crianças pedindo esmola,
Cheirando cola, levando tiro de pistola
Nas ruas um ser abandonado
Chorando, com fome
Sendo maltratada
Pisada,
Apagada

Nas ruas, a pobreza
A carência
A tristeza
A violência

Nas cidades,
A cara da verdade,
Da realidade

Nas ruas, a insegurança
A matança
Uma criança sem esperança
Com um futuro incerto
Ainda não concreto

Nas ruas, num céu azul anil
Uma criança abandonada
Levando um tiro de fuzil

Essa é a cara das ruas do Brasil!


Fernanda Montanaro